Cinco autores de Angola, quatro de Guiné-Bissau e sete escritores do Brasil, entre eles dois de nossos maiores, Machado de Assis e Lima Barreto, estão reunidos nessa coletânia. O título remete aos célebres versos de Fernando Pessoa: “O mar sem fim é português”. Os 16 contos selecionados têm em comum o idioma e suas particularidades em cada nação no qual é falado. “A rota de navegação escolhida para atravessarmos esse mar imaginário é instigante em todos os sentidos. Não nos podemos esquecer — e os textos, eles próprios, nos impedem — que a África é um múltiplo e só assim pode ser pensada”, explica a professora Laura Cavalcanti Padilha.. Dessa concepção fazem parte os modos dos angolanos e guineenses de viver e se organizar social e simbolicamente. Tudo isso sem falar no intercâmbio de experiências entre os países, seja na dor provocada pela guerra, seja na mancha de sangue dos negros escravizados, que tingiu os oceanos no tempo da escravidão e continua a permear as lembranças dos seus descendentes em Angola, Guiné-Bissau ou no Brasil.

Capa, projeto gráfico e diagramação de miolo